segunda-feira, 25 de abril de 2011

Desculpa'

Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente. Desculpa, tudo que vivi foi muito profundamente. Eu te ensinei quem sou, e você foi me tirando os espaços entre os abraços, guarda-me apenas uma fresta. Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem. Até onde posso ir para te resgatar? Reclama de mim, como se houvesse possibilidade de me inventar de novo. Desculpa... Desculpa se te olho profundamente, rente à pele, a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços. A ponto de ver a estrada onde ficam seus passos. Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos! Eu não vou renunciar a mim; Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente. “Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente.”
‘                                                                                                                           (Ana Carolina)

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